quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Não tenho mais a habilidade de prever o tempo ou de lembra-lo como era.
Hoje só vejo o tempo passando por mim 
e vejo os momentos que me restam...

Sinto a falta dos meus olhos pela manhã fria...
Sinto a falta de meus braços na madrugada escura...
Sinto a falta de meu coração dentro do vazio de mim mesmo.

Me tornei um vazio lívido....
pálido...
sem fins lucrativos...
nem comerciais...

Agora eu sinto escorrer diante de mim todas as mágoas,
todas as dores,
todas as palavras retidas e presas na garganta
e que não foram esbravejadas, cuspidas e despejadas no momento certo.

Agora eu percebo o peso que me cai aos pés
e me toma toda a gravidade que tinha sobre meus ombros
tudo o que me segurava no fundo de mim mesmo.

Agora eu termino de escrever esse desabafo um pouco mais leve...
um pouco mais lavado..
um pouco mais limpo de minha podre matéria que fica me consumindo por dentro 
e me impedindo de eclodir...

Não.
Não eclodi agora, mas tenho menos peso em meus olhos 
e minha alma se mostra menos densa...

Nada como derramar e deixar escorrer o próprio veneno.

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