quarta-feira, 11 de maio de 2011

CONTOS - Dor I

Acordei hoje com muitos pensamentos me rodeando... Acho que hoje não é mesmo meu dia...
Tenho que levantar. Acordar. Tomar banho... Não, tomar banho não por que a noite foi fria e eu não suei nada... Mesmo porque eu tomei banho antes de dormir e esta muito frio... Porquê esse pensamento não larga da minha cabeça? Eu tenho que pensar d]nela...? Porquê? As lembranças... as saudades... vem ela de sopetão; essa dor maldita...Cara, como isso doi! Doi tanto que me distrai a ponto de eu perder, pela segunda vez o ônibus. Mesmo atrasado eu não consigo pensar em mais nada... E na rádio que toca no ônibus, vem uma musica que me faz pensar nisso de um modo que eu não queria. minha cabeça esta tão dolorida por causa disso... Eu tenho tantos problemas pra pensar e me vem só isso? Por que eu não penso nos pedidos atrasados do meu trabalho? Por que eu não penso em resolver minha vida com relação a minha mãe? Isso é uma coisa boa de se ocupar a cabeça... Mas não adianta.. não demoro nem um tempinho e eu sinto essa dor comer minha cabeça... meu coração... Desso no ponto certo que me deixa o mais proximo possível do trabalho: uns dez quarteirões. Distraído com esse pensamento que me corrói o coração esxuto um arrastar de pneu e de repente...
...
Sabe, eu nem consigo mais sentir a dor... Sinto o braço.. Acho que quebrou, pois, deu pra sentir muita dor quando eu tentei me levantar mas, aquela dor, nada... Sinto as costelas, pois, quando respiro, sinto a imensa dor que provoca o movimento dos meus pulmões mas, aquela dor que comia minha cabeça e meu coração desapareceu... talvez esteja sento camuflada pelas dores que sintoagora... Talvez tenha desaparecido... Só consigo ter controle da minha respiração que, mesmo dolorida, da para fazer algo... Sinto o forte cheiro de borracha queimada no asfalto... Sinto o cheiro doce e enjoento de sangue... Não sei de onde é... Acho que não é meu pois nem sinto dor nenhuma... Não sinto mais dor nenhuma... Nem o braço, nem as costelas, nem a perna... Agora só consigo sentir, novamente, aquela dor que me come o peito... Quem dera que fossem as costelas.. Ainda escuto alguns murmúrios, mas, não consigo entender nada... Porque esta tudo escurecendo se ainda é de manhã? E por que eu não consigo sentir aquelas dores gostosas que camuflaram essa coisa que esta me fazendo agonizar em silêncio? Por que isso esta acontecendo? Como eu cheguei aqui? Eu so lembro que acordei e... ela não estava lá... Eu queria que ela estivesse lá... Como será que ela vai receber essa notícia? Espero que ela seja feliz... Agora sei; o cheiro de sangue era mesmo meu...

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